Odontopediatras e vilência contra crianças e adolescentes : como eles atuam?

RESUMO
A violência familiar contra criança e o adolescente apenas recentemente se tornou objeto de atuação para as Políticas Públicas.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) torna obrigatória a notificação de casos suspeitos ou confirmados de maus-
tratos contra crianças, e adolescentes, estando todos os profissionais que lidam com estes a fazê-lo, incluindo os de saúde. O
cirurgião-dentista deve estar capacitado para identificar casos de crianças ou adolescentes vítimas de maus-tratos, oferecer
os cuidados dentários de emergência que sejam necessários e notificar as autoridades competentes. Este estudo avaliou o
conhecimento e atitudes de odontopediatras da cidade do Rio de Janeiro (RJ) frente ao abuso infantil. Um questionário foi
elaborado e depois respondido por 123 odontopediatras. Dentre todos os dentistas consultados, quinze (12,6%) pertenciam
ao sexo masculino e 104 (87,4%) ao sexo feminino. Um grande número de profissionais (40,2%) nunca recebeu informações
sobre violência familiar contra crianças e adolescentes. Quarenta e três dentistas (36,4%) suspeitaram de casos de maus-tratos
infantis em seus consultórios. Vinte e três (19,5%) fizeram diagnostico. Nesta situação, 76,5% de todos os odontopediatras
consultados responderam que eles conversariam com os pais das crianças. Estes profissionais acreditam que todos os casos
suspeitos ou confirmados de violência familiar devem ser notificados (78,9%, N=19). Este trabalho demonstrou que odonto-
pediatras não têm um padrão de conduta diante destes casos, isto ocorre pela ausência ou insuficiência de informações sobre
como identificar e notificar estes incidentes.
palavras-chave: Odontopediatra, abuso, crianças, odontologia.
ABSTRAcT
Familiar violence against children and adolescents has been object of concern for various Brazilian’s institutes. The law
Estatuto da Criança e do Adolescente
(1990) becomes obligatory the notification of suspect or confirmed cases of abuse
against children and adolescents by all kind of professionals dealing with them, including health professionals. We can
affirm that the dentist as health professional and, mainly as citizen, must be able to identify cases of children or adolescents
victims of abuse, and offer them necessary dental care emergency services and also notify the competent authorities. This
study evaluated the Knowledge and attitudes of pedodontics from the city of Rio de Janeiro (RJ), concerning child abuse. A
questionnaire was elaborated and after answered by 123 pedodontics. Among all dentists consulted, 15 (12,6%) were males
and 104 (87,4%) females. A large number of professionals (40,2%) never received information about chid abuse.Forty-
three (36,4%) dentists detected cases of child abuse in their offices. Twenty-three (19,5%) made the diagnostic. In this
situation, 76,5% of all consulted pedodontics answered that they would talk to the child’ s parents. The pedodontics believe
that all the confirmed or suspicious cases of familiar violence must be notified (78,9% N =19). The study demonstrated that
dentists don’t have behavior standard because they lack information regarding means of identification and notification of
these incidents.
Key words: pedodontics, abuse, child, odontology.